terça-feira, 14 de janeiro de 2014

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EXISTE UM ARGUMENTO PARA A EXISTÊNCIA DE DEUS?


Pergunta: "Existe um argumento para a existência de Deus?"

Resposta:A questão de se existe um argumento conclusivo a favor da existência de Deus tem sido debatida ao longo da história, com pessoas extremamente inteligentes defendendo ambos os lados da disputa. Nos últimos tempos, os argumentos contra a possibilidade da existência de Deus têm assumido um espírito militante que acusa qualquer pessoa que se atreva a acreditar em Deus como sendo delirante e irracional. Karl Marx afirmou que alguém que acredita em Deus deve ter um distúrbio mental que invalidou sua capacidade de pensar. O psiquiatra Sigmund Freud escreveu que uma pessoa que acredita em um Deus Criador é delirante e agarra-se a essas crenças devido a um fator chamado "desejo de realização" que produz o que Freud considerava uma posição injustificável. O filósofo Friedrich Nietzsche disse sem rodeios que a fé equivale a não querer conhecer a verdade. As vozes destas três figuras históricas (juntamente com outros) são agora simplesmente repetidas por uma nova geração de ateus que afirma que a crença em Deus é intelectualmente injustificável.

É este realmente o caso? É a crença em Deus uma posição racionalmente inaceitável de se manter? Existe um argumento lógico e sensato a favor da existência de Deus? Além de citar a Bíblia, pode-se fazer um caso a favor da Sua existência que refute as posições de ambos os ateus antigos e novos e que realmente justifique acreditar em um Criador? A resposta é sim, pode. Além disso, demonstrar a validade de um argumento para a existência de Deus mostra como o ateísmo é de fato intelectualmente fraco.

Argumentar a existência de Deus torna necessário fazer as perguntas certas logo no início. Começamos com a pergunta metafísica mais básica: "Por que temos algo ao invés do nada?" Esta é a questão básica da existência -- por que estamos aqui; por que a terra está aqui; por que o universo existe ao invés do nada? Ao comentar sobre este ponto, um teólogo disse: "Em certo sentido, o homem não faz as perguntas sobre Deus, sua própria existência é que as provoca".

Ao considerar esta questão, há quatro possíveis respostas a por que temos algo ao invés do nada:

1. A realidade é uma ilusão.
2. A realidade é/foi auto-criada.
3. A realidade é auto-existente (eterna).
4. A realidade foi criada por algo que é auto-existente.

Então, qual é a solução mais plausível? Vamos começar com a realidade simplesmente sendo uma ilusão, pois várias religiões orientais acreditam assim. Esta opção foi descartada há séculos pelo filósofo René Descartes, famoso pela frase "penso, logo existo". Descartes, um matemático, argumentou que se ele pensa, então ele deve "existir". Em outras palavras "Penso, portanto não sou uma ilusão." As ilusões exigem que algo as experimente e, além disso, você não pode duvidar da sua própria existência sem ao mesmo tempo prová-la; acreditar que a realidade seja uma ilusão é um argumento auto-destrutivo e deve ser eliminado.

Em seguida temos a opção da realidade sendo auto-criada. Quando estudamos filosofia, aprendemos de afirmações "analiticamente falsas", o que significa que são falsas por definição. A possibilidade da realidade ser auto-criada é um desses tipos de declarações pela simples razão de que algo não pode existir antes de si mesmo. Se você criou a si mesmo, então você deve ter existido antes de se criar, mas esse não pode ser o caso. Na evolução, às vezes esse conceito é mencionado como "geração espontânea" - algo vindo do nada - uma posição que poucas pessoas sensatas (talvez nenhuma) continuam a defender simplesmente porque não se pode obter algo do nada. Até mesmo o ateu David Hume disse: "Nunca confirmei uma proposição tão absurda como afirmar que algo possa surgir sem uma causa." Já que algo não pode vir do nada, a alternativa da realidade sendo auto-criada tem que ser descartada também.

Agora ficamos com apenas duas escolhas: uma realidade eterna ou a realidade sendo criada por algo eterno: um universo eterno ou um Criador eterno. Jonathan Edwards, teólogo do século 18, resumiu esta encruzilhada:

• Algo existe.
• O nada não pode criar alguma coisa.
• Portanto, "algo" necessário e eterno tem que existir.

Observe que devemos voltar a um eterno “algo”. O ateu que ridiculariza aquele que crê em Deus por acreditar em um Criador eterno tem, ao invés, que aceitar um universo eterno; essa é a única outra porta que pode escolher. Entretanto, a pergunta agora é: até onde as provas nos levam? Será que a evidência aponta à matéria antes da mente ou à mente antes da matéria?

Até agora, todas as principais evidências científicas e filosóficas apontam menos a um universo eterno e mais a um Criador eterno. Do ponto de vista científico, os cientistas honestos admitem que o universo teve um começo e que nada que teve um começo pode ser eterno. Em outras palavras, tudo que teve um início tem uma causa, e se o universo teve um começo, então teve uma causa também. O fato de que o universo teve um início é ressaltado por evidências como a segunda lei da termodinâmica, o eco de radiação do Big Bang descoberto no início de 1900, o fato de que o universo está em expansão e pode ser rastreado a um início singular e a teoria da relatividade de Einstein. Todas elas provam que o universo não é eterno.

Além disso, as leis que rodeiam a causalidade falam contra o universo sendo a causa fundamental de tudo o que conhecemos por esse fato simples: um efeito deve se assemelhar a sua causa. Sendo isto verdade, nenhum ateu pode explicar como um universo impessoal, sem propósito, sem sentido e amoral acidentalmente criou seres (nós) cheios de personalidade e obcecados por propósito, significado e moral. Tal coisa, do ponto de vista causal, completamente refuta a ideia de um universo natural dando origem a tudo o que existe. Assim, no final, o conceito de um universo eterno é eliminado.

O filósofo John Stuart Mill (não um cristão) resumiu o que dissemos até agora: "É auto-evidente que só a Mente pode criar a mente." A única conclusão racional e sensata é que um Criador eterno seja de fato o responsável pela realidade tal como a conhecemos. Ou para explicar através de um conjunto lógico de afirmações:

• Algo existe.
• Você não consegue algo do nada.
• Portanto, um "algo" necessário e eterno existe.
• As duas únicas opções são um universo eterno e um eterno Criador.
• A ciência e a filosofia têm refutado o conceito de um universo eterno.
• Assim, existe um Criador eterno.

Lee Strobel, um ex-ateu que chegou a esse resultado há muitos anos, comentou: "Essencialmente, percebi que para permanecer um ateu eu teria que acreditar que nada produz tudo; não-vida produz vida; aleatoriedade produz sincronização; caos produz informação; inconsciência produz a consciência e a não-razão produz razão. Aqueles saltos de fé eram simplesmente grandes demais para eu tomar, especialmente à luz do caso afirmativo da existência de Deus... Em outras palavras, na minha avaliação, a cosmovisão cristã pôde justificar a totalidade da evidência de uma forma muito melhor do que a cosmovisão ateísta."

No entanto, a próxima pergunta que devemos enfrentar é esta: se existe um Criador eterno (e já mostramos que Ele existe), que tipo de Criador é Ele? Podemos inferir certas coisas sobre Ele com base no que criou? Em outras palavras, podemos entender a causa através dos seus efeitos? A resposta a esta pergunta é sim, podemos, e as seguintes conclusões podem ser tiradas:

• Ele deve ser de natureza sobrenatural (pois criou o tempo e espaço).
• Ele deve ser onipotente (excessivamente poderoso).
• Ele deve ser eterno (auto-existente).
• Ele deve ser onipresente (pois criou o espaço e não é por ele limitado).
• Ele deve ser eterno e imutável (pois criou o tempo).
• Ele deve ser imaterial porque transcende o espaço físico.
• Ele deve ser pessoal (o impessoal não pode criar a personalidade).
• Ele deve ser infinito e singular porque não se pode ter dois infinitos.
• Ele deve ser diversificado e unificado ao mesmo tempo, uma vez que unidade e diversidade existem na natureza.
• Ele deve ser onisciente (supremamente inteligente). Apenas um ser cognitivo pode criar um outro ser cognitivo.
• Ele deve ter propósito pois deliberadamente criou tudo.
• Ele deve ser moral (não se pode ter uma lei moral sem o seu legislador).
• Ele deve ser cuidadoso (ou as leis morais não teriam sido dadas).

Essas coisas sendo verdadeiras, perguntamos agora se alguma religião no mundo descreve tal Criador. A resposta a esta pergunta é sim: o Deus da Bíblia se encaixa perfeitamente nesse perfil. Ele é sobrenatural (Gênesis 1:1), poderoso (Jeremias 32:17), eterno (Salmo 90:2), onipresente (Salmo 139:7), eterno/imutável (Malaquias 3:6), imaterial (João 5:24 ), pessoal (Gênesis 3:9), necessário (Colossenses 1:17), infinito/singular (Jeremias 23:24, Deuteronômio 6:4), diverso e unificado (Mateus 28:19), inteligente (Salmo 147:4 -5), com propósito (Jeremias 29:11), moral (Daniel 9:14) e cuidadoso (1 Pedro 5:6-7).

Um outro ponto a abordar sobre a questão da existência de Deus é a questão de quão justificável a posição do ateu realmente é. Já que o ateu afirma que a posição do crente não é convincente, então é apenas razoável fazer-lhe a mesma pergunta. A primeira coisa a entender é que a afirmação que o ateu faz - "Deus não existe", que é o que a palavra "ateu" significa - é uma posição insustentável de um ponto de vista filosófico. Assim como disse o jurista e filósofo Mortimer Adler: "Uma proposição existencial afirmativa pode ser provada, mas uma proposição existencial negativa – uma que negue a existência de algo - não pode ser provada." Por exemplo, alguém pode afirmar que uma águia vermelha existe enquanto outra pessoa afirme que águias vermelhas não existem. A primeira apenas precisa encontrar uma única águia vermelha para provar a sua afirmação. No entanto, a segunda precisa pesquisar o universo inteiro e literalmente estar em todo lugar ao mesmo tempo para garantir que não deixou de ver uma águia vermelha em algum lugar e em algum momento, o que é impossível de fazer. É por isso que os ateus intelectualmente honestos admitem que não podem provar que Deus não existe.

Em seguida, é importante compreender o problema que rodeia a gravidade das reivindicações sobre o que é verdade e a quantidade de provas necessárias para justificar determinadas conclusões. Por exemplo, se alguém colocasse dois recipientes de limonada na sua frente e dissesse que um talvez fosse mais azedo do que o outro, já que as consequências de beber o mais azedo não seriam graves, não seria necessário considerar uma grande quantidade de provas para fazer a sua escolha. No entanto, se a um copo o anfitrião tivesse adicionado adoçante e ao outro, veneno de rato, então seria bom ter bem mais provas antes de fazer a sua escolha.

Este é o lugar onde uma pessoa tem que parar e decidir entre o ateísmo e a crença em Deus. Já que a crença no ateísmo poderia resultar em consequências eternas irreparáveis, parece ser razoável que o ateu fosse obrigado a apresentar evidências de peso e derrogatórias que apoiassem a sua posição, mas ele não pode. O ateísmo simplesmente não pode apresentar evidências suficientes que corroborem a gravidade de suas acusações. Em vez disso, o ateu e aqueles a quem convence de sua posição entram na eternidade com os dedos cruzados, esperando que não encontrarão a verdade desagradável de que a eternidade realmente existe. Como Mortimer Adler diz: "Mais consequências para a vida e conduta resultam da afirmação ou negação de Deus do que de qualquer outra questão básica."

Então, será que a crença em Deus tem justificativa intelectual? Existe um argumento racional, lógico e sensato a favor da Sua existência? Absolutamente. Embora ateus como Freud aleguem que os que crêem em Deus simplesmente querem o cumprimento de um desejo, talvez Freud e seus seguidores sejam os que realmente sofrem desse mal: a esperança e o desejo de que Deus e qualquer prestação de contas não existam e, portanto, nenhum juízo. No entanto, o Deus da Bíblia é quem refuta Freud ao afirmar a Sua existência e um julgamento vindouro a todo aquele que, no fundo, sabe que Deus existe mas escolhe suprimir essa verdade (Romanos 1:20). Por outro lado, para aqueles que respondem corretamente à evidência de que um Criador realmente existe, Ele oferece o caminho da salvação proporcionado através de Seu Filho, Jesus Cristo: "Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus" (João 1:12-13).


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Fonte: GotQuestions

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

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Se Deus sabia que Satanás se rebelaria e Adão e Eva pecariam, por que Ele os criou?

Pergunta: "Se Deus sabia que Satanás se rebelaria e Adão e Eva pecariam, por que Ele os criou?"


Resposta:Esta é uma pergunta de duas partes. A primeira parte é “Deus sabia que Satanás se rebelaria e Adão e Eva pecariam?” A resposta se encontra no que a Bíblia ensina sobre o conhecimento de Deus. Sabemos pelas Escrituras que Deus é onisciente, o que literalmente significa que Ele "sabe tudo". Jó 37:16, Salmos 139:2-4, 147:5; Provérbios 5:21; Isaías 46:9-10 e 1 João 3:19-20 não deixam dúvida de que o conhecimento de Deus é infinito e que Ele sabe tudo o que aconteceu no passado, está acontecendo agora e acontecerá no futuro.

Ao olhar alguns dos superlativos nestes versículos -- "perfeito conhecimento", "todos os meus caminhos te são bem conhecidos", "sabe tudo" -- é evidente que o conhecimento de Deus não é apenas maior que o nosso, mas é infinitamente maior. Ele conhece todas as coisas em sua totalidade. Isaías 46:10 declara que Ele não só sabe tudo, mas controla tudo também. De que outra maneira poderia ele "fazer conhecido" a nós o que iria acontecer no futuro e afirmar sem qualquer equívoco que os Seus planos acontecerão? Então, Deus sabia que Adão e Eva pecariam? Ele sabia que Lúcifer iria se rebelar contra Ele e tornar-se Satanás? Sim! Claro que sim! Eles estavam fora de Seu controle a qualquer momento? Absolutamente não. Se o conhecimento de Deus não fosse perfeito, então haveria uma deficiência em Sua natureza. Qualquer deficiência na natureza de Deus significa que Ele não pode ser Deus, pois a própria essência de Deus exige a perfeição de todos os Seus atributos. Portanto, a resposta à primeira pergunta necessariamente tem que ser "sim".

Seguindo adiante à segunda parte da pergunta: "Por que Deus criou Satanás e Adão e Eva sabendo de antemão que eles pecariam?" Esta pergunta é um pouco mais complicada porque estamos pedindo um "porquê" a uma pergunta para a qual a Bíblia geralmente não dá respostas abrangentes. Apesar disso, devemos ser capazes de chegar a um entendimento limitado se examinarmos algumas passagens bíblicas. Para começar, já vimos que Deus é onisciente e que nada pode acontecer fora do seu conhecimento. Então, se Deus sabia que Satanás se rebelaria e cairia do céu e que Adão e Eva pecariam, mas mesmo assim Ele os criou, isso deve significar que a queda da humanidade foi uma parte do plano soberano de Deus desde o início. Nenhuma outra resposta faz sentido ao levarmos em consideração o que temos dito até agora.

Agora temos de ter cuidado em notar que a queda de Adão e Eva em pecado não significa que Deus é o autor do pecado, nem que Ele os tentou a pecar (Tiago 1:13). A queda serve um propósito no plano geral de Deus para a criação e humanidade. Novamente, isso deve ser o caso, ou então a queda da humanidade nunca teria acontecido.

Se considerarmos o que alguns teólogos chamam de "metanarrativa" (ou enredo global) das Escrituras, vemos que a história bíblica pode ser dividida em três seções principais: 1) paraíso (Gênesis 1-2); 2) o paraíso perdido (Gênesis 3 - Apocalipse 20) e 3) o paraíso recuperado (Apocalipse 21-22). De longe, a maior parte da narrativa é dedicada a deixar o paraíso perdido e alcançar o paraíso recuperado. A cruz está no centro da metanarrativa. A cruz foi planejada desde o início (Atos 2:23). Era conhecido e preordenado que Cristo iria para a cruz para dar a Sua vida em resgate por muitos (Mateus 20:28) -- aqueles escolhidos pela presciência de Deus e predestinados para serem o Seu povo (Efésios 1:4-5).

Ao ler as Escrituras com muito cuidado e levando em consideração o que foi dito até agora, somos levados às seguintes conclusões:

1. A rebelião de Satanás e a queda da humanidade foram conhecidas e predestinadas por Deus.
2. Aqueles que se tornariam o povo de Deus, os eleitos, foram conhecidos e predestinados por Deus.
3. A crucificação de Cristo, como uma expiação pelo povo de Deus, foi conhecida e predestinada por Deus.

Assim, ficamos com as seguintes perguntas: Por que criar a humanidade com o conhecimento da queda? Por que criar a humanidade sabendo que apenas alguns seriam "salvos"? Por que intencionalmente enviar Jesus para morrer por um povo que intencionalmente caiu em pecado? Do ponto de vista do homem, não faz sentido. Se a metanarrativa se move do paraíso, ao paraíso perdido, ao paraíso recuperado, por que não ir direto ao paraíso recuperado e evitar o período do paraíso perdido?

A única conclusão à qual podemos chegar, tendo em conta as afirmações acima, é que o propósito de Deus era criar um mundo no qual a Sua glória poderia se manifestar em toda a sua plenitude. A glória de Deus é o objetivo principal da criação. Na verdade, é o objetivo principal de tudo o que Ele faz. O universo foi criado para mostrar a glória de Deus (Salmo 19:1), e a ira de Deus se revela contra aqueles que não glorificam a Deus (Romanos 1:23). Nosso pecado nos leva a carecer da glória de Deus (Romanos 3:23) e no novo céu e nova terra, a glória de Deus é o que vai fornecer a luz (Apocalipse 21:23). A glória de Deus se manifesta quando os Seus atributos estão em exibição perfeita e a história da redenção é uma parte disso.

O melhor lugar para ver isso nas Escrituras é Romanos 9:19-24. A ira e misericórdia mostram as riquezas da glória de Deus e não se pode ter nenhuma delas sem a queda da humanidade. Portanto, todas estas ações -- queda, eleição, redenção, expiação -- servem o propósito de glorificar a Deus. Quando o homem caiu no pecado, a misericórdia de Deus foi exibida imediatamente em não matá-lo no local. A paciência e tolerância de Deus foram expostas quando a humanidade caiu mais profundamente em pecado antes do dilúvio. A justiça e ira de Deus estavam em exposição quando Ele executou julgamento durante o dilúvio, e a misericórdia e graça de Deus foram demonstradas quando Ele salvou Noé e sua família. A ira e a justiça de Deus serão reveladas no futuro quando Ele cuidar de Satanás de uma vez por todas (Apocalipse 20:7-10).

A maior exposição da glória de Deus foi na cruz, onde a Sua ira, justiça e misericórdia se reuniram. O justo julgamento de todo o pecado foi executado na cruz e a graça de Deus foi exibida ao derramar a Sua ira contra o pecado em Seu Filho, Jesus, em vez de em nós. O amor e a graça de Deus são manifestados naqueles a quem Ele salva (João 3:16, Efésios 2:8-9). No fim, Deus será glorificado quando o Seu povo escolhido O adorar por toda a eternidade com os anjos, e os ímpios também glorificarão a Deus quando a Sua justiça e retidão forem finalmente vindicadas pela punição eterna dos pecadores impenitentes (Filipenses 2:11 ). Nada disto poderia ter acontecido sem a rebelião de Satanás e a queda de Adão e Eva.

A objeção clássica a esta posição é que a presciência e predestinação de Deus a respeito da queda limitam a liberdade do homem. Em outras palavras, se Deus criou o homem com pleno conhecimento da iminente queda no pecado, como o homem pode ser responsável pelo seu pecado? A melhor resposta a esta pergunta pode ser encontrada na Confissão de Fé de Westminster capítulo III:

“Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.” (WFC, III.1)

O que isto quer dizer é que Deus ordena os eventos futuros de tal forma que a nossa própria liberdade e a função das causas secundárias (por exemplo, as leis da natureza) sejam preservadas. Os teólogos chamam isso de "concorrência". A vontade soberana de Deus flui simultaneamente com o nosso livre-arbítrio de modo que o nosso livre-arbítrio sempre resulta na realização da vontade de Deus (por "livre-arbítrio" queremos dizer que nossas escolhas não são coagidas por influências externas).


Para resumir, Deus sabia que Satanás se rebelaria e que Adão e Eva pecariam no Jardim do Éden. Com esse conhecimento, Deus ainda criou Lúcifer e Adão e Eva porque a sua criação e queda faziam parte do Seu plano soberano de manifestar a Sua glória em toda a sua plenitude. Embora a queda tenha sido conhecida e preordenada de antemão, a nossa liberdade de fazer escolhas não é violada porque as nossas escolhas livres são o meio pelo qual a vontade de Deus é realizada.


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Fonte: gotquestions