terça-feira, 14 de janeiro de 2014

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EXISTE UM ARGUMENTO PARA A EXISTÊNCIA DE DEUS?


Pergunta: "Existe um argumento para a existência de Deus?"

Resposta:A questão de se existe um argumento conclusivo a favor da existência de Deus tem sido debatida ao longo da história, com pessoas extremamente inteligentes defendendo ambos os lados da disputa. Nos últimos tempos, os argumentos contra a possibilidade da existência de Deus têm assumido um espírito militante que acusa qualquer pessoa que se atreva a acreditar em Deus como sendo delirante e irracional. Karl Marx afirmou que alguém que acredita em Deus deve ter um distúrbio mental que invalidou sua capacidade de pensar. O psiquiatra Sigmund Freud escreveu que uma pessoa que acredita em um Deus Criador é delirante e agarra-se a essas crenças devido a um fator chamado "desejo de realização" que produz o que Freud considerava uma posição injustificável. O filósofo Friedrich Nietzsche disse sem rodeios que a fé equivale a não querer conhecer a verdade. As vozes destas três figuras históricas (juntamente com outros) são agora simplesmente repetidas por uma nova geração de ateus que afirma que a crença em Deus é intelectualmente injustificável.

É este realmente o caso? É a crença em Deus uma posição racionalmente inaceitável de se manter? Existe um argumento lógico e sensato a favor da existência de Deus? Além de citar a Bíblia, pode-se fazer um caso a favor da Sua existência que refute as posições de ambos os ateus antigos e novos e que realmente justifique acreditar em um Criador? A resposta é sim, pode. Além disso, demonstrar a validade de um argumento para a existência de Deus mostra como o ateísmo é de fato intelectualmente fraco.

Argumentar a existência de Deus torna necessário fazer as perguntas certas logo no início. Começamos com a pergunta metafísica mais básica: "Por que temos algo ao invés do nada?" Esta é a questão básica da existência -- por que estamos aqui; por que a terra está aqui; por que o universo existe ao invés do nada? Ao comentar sobre este ponto, um teólogo disse: "Em certo sentido, o homem não faz as perguntas sobre Deus, sua própria existência é que as provoca".

Ao considerar esta questão, há quatro possíveis respostas a por que temos algo ao invés do nada:

1. A realidade é uma ilusão.
2. A realidade é/foi auto-criada.
3. A realidade é auto-existente (eterna).
4. A realidade foi criada por algo que é auto-existente.

Então, qual é a solução mais plausível? Vamos começar com a realidade simplesmente sendo uma ilusão, pois várias religiões orientais acreditam assim. Esta opção foi descartada há séculos pelo filósofo René Descartes, famoso pela frase "penso, logo existo". Descartes, um matemático, argumentou que se ele pensa, então ele deve "existir". Em outras palavras "Penso, portanto não sou uma ilusão." As ilusões exigem que algo as experimente e, além disso, você não pode duvidar da sua própria existência sem ao mesmo tempo prová-la; acreditar que a realidade seja uma ilusão é um argumento auto-destrutivo e deve ser eliminado.

Em seguida temos a opção da realidade sendo auto-criada. Quando estudamos filosofia, aprendemos de afirmações "analiticamente falsas", o que significa que são falsas por definição. A possibilidade da realidade ser auto-criada é um desses tipos de declarações pela simples razão de que algo não pode existir antes de si mesmo. Se você criou a si mesmo, então você deve ter existido antes de se criar, mas esse não pode ser o caso. Na evolução, às vezes esse conceito é mencionado como "geração espontânea" - algo vindo do nada - uma posição que poucas pessoas sensatas (talvez nenhuma) continuam a defender simplesmente porque não se pode obter algo do nada. Até mesmo o ateu David Hume disse: "Nunca confirmei uma proposição tão absurda como afirmar que algo possa surgir sem uma causa." Já que algo não pode vir do nada, a alternativa da realidade sendo auto-criada tem que ser descartada também.

Agora ficamos com apenas duas escolhas: uma realidade eterna ou a realidade sendo criada por algo eterno: um universo eterno ou um Criador eterno. Jonathan Edwards, teólogo do século 18, resumiu esta encruzilhada:

• Algo existe.
• O nada não pode criar alguma coisa.
• Portanto, "algo" necessário e eterno tem que existir.

Observe que devemos voltar a um eterno “algo”. O ateu que ridiculariza aquele que crê em Deus por acreditar em um Criador eterno tem, ao invés, que aceitar um universo eterno; essa é a única outra porta que pode escolher. Entretanto, a pergunta agora é: até onde as provas nos levam? Será que a evidência aponta à matéria antes da mente ou à mente antes da matéria?

Até agora, todas as principais evidências científicas e filosóficas apontam menos a um universo eterno e mais a um Criador eterno. Do ponto de vista científico, os cientistas honestos admitem que o universo teve um começo e que nada que teve um começo pode ser eterno. Em outras palavras, tudo que teve um início tem uma causa, e se o universo teve um começo, então teve uma causa também. O fato de que o universo teve um início é ressaltado por evidências como a segunda lei da termodinâmica, o eco de radiação do Big Bang descoberto no início de 1900, o fato de que o universo está em expansão e pode ser rastreado a um início singular e a teoria da relatividade de Einstein. Todas elas provam que o universo não é eterno.

Além disso, as leis que rodeiam a causalidade falam contra o universo sendo a causa fundamental de tudo o que conhecemos por esse fato simples: um efeito deve se assemelhar a sua causa. Sendo isto verdade, nenhum ateu pode explicar como um universo impessoal, sem propósito, sem sentido e amoral acidentalmente criou seres (nós) cheios de personalidade e obcecados por propósito, significado e moral. Tal coisa, do ponto de vista causal, completamente refuta a ideia de um universo natural dando origem a tudo o que existe. Assim, no final, o conceito de um universo eterno é eliminado.

O filósofo John Stuart Mill (não um cristão) resumiu o que dissemos até agora: "É auto-evidente que só a Mente pode criar a mente." A única conclusão racional e sensata é que um Criador eterno seja de fato o responsável pela realidade tal como a conhecemos. Ou para explicar através de um conjunto lógico de afirmações:

• Algo existe.
• Você não consegue algo do nada.
• Portanto, um "algo" necessário e eterno existe.
• As duas únicas opções são um universo eterno e um eterno Criador.
• A ciência e a filosofia têm refutado o conceito de um universo eterno.
• Assim, existe um Criador eterno.

Lee Strobel, um ex-ateu que chegou a esse resultado há muitos anos, comentou: "Essencialmente, percebi que para permanecer um ateu eu teria que acreditar que nada produz tudo; não-vida produz vida; aleatoriedade produz sincronização; caos produz informação; inconsciência produz a consciência e a não-razão produz razão. Aqueles saltos de fé eram simplesmente grandes demais para eu tomar, especialmente à luz do caso afirmativo da existência de Deus... Em outras palavras, na minha avaliação, a cosmovisão cristã pôde justificar a totalidade da evidência de uma forma muito melhor do que a cosmovisão ateísta."

No entanto, a próxima pergunta que devemos enfrentar é esta: se existe um Criador eterno (e já mostramos que Ele existe), que tipo de Criador é Ele? Podemos inferir certas coisas sobre Ele com base no que criou? Em outras palavras, podemos entender a causa através dos seus efeitos? A resposta a esta pergunta é sim, podemos, e as seguintes conclusões podem ser tiradas:

• Ele deve ser de natureza sobrenatural (pois criou o tempo e espaço).
• Ele deve ser onipotente (excessivamente poderoso).
• Ele deve ser eterno (auto-existente).
• Ele deve ser onipresente (pois criou o espaço e não é por ele limitado).
• Ele deve ser eterno e imutável (pois criou o tempo).
• Ele deve ser imaterial porque transcende o espaço físico.
• Ele deve ser pessoal (o impessoal não pode criar a personalidade).
• Ele deve ser infinito e singular porque não se pode ter dois infinitos.
• Ele deve ser diversificado e unificado ao mesmo tempo, uma vez que unidade e diversidade existem na natureza.
• Ele deve ser onisciente (supremamente inteligente). Apenas um ser cognitivo pode criar um outro ser cognitivo.
• Ele deve ter propósito pois deliberadamente criou tudo.
• Ele deve ser moral (não se pode ter uma lei moral sem o seu legislador).
• Ele deve ser cuidadoso (ou as leis morais não teriam sido dadas).

Essas coisas sendo verdadeiras, perguntamos agora se alguma religião no mundo descreve tal Criador. A resposta a esta pergunta é sim: o Deus da Bíblia se encaixa perfeitamente nesse perfil. Ele é sobrenatural (Gênesis 1:1), poderoso (Jeremias 32:17), eterno (Salmo 90:2), onipresente (Salmo 139:7), eterno/imutável (Malaquias 3:6), imaterial (João 5:24 ), pessoal (Gênesis 3:9), necessário (Colossenses 1:17), infinito/singular (Jeremias 23:24, Deuteronômio 6:4), diverso e unificado (Mateus 28:19), inteligente (Salmo 147:4 -5), com propósito (Jeremias 29:11), moral (Daniel 9:14) e cuidadoso (1 Pedro 5:6-7).

Um outro ponto a abordar sobre a questão da existência de Deus é a questão de quão justificável a posição do ateu realmente é. Já que o ateu afirma que a posição do crente não é convincente, então é apenas razoável fazer-lhe a mesma pergunta. A primeira coisa a entender é que a afirmação que o ateu faz - "Deus não existe", que é o que a palavra "ateu" significa - é uma posição insustentável de um ponto de vista filosófico. Assim como disse o jurista e filósofo Mortimer Adler: "Uma proposição existencial afirmativa pode ser provada, mas uma proposição existencial negativa – uma que negue a existência de algo - não pode ser provada." Por exemplo, alguém pode afirmar que uma águia vermelha existe enquanto outra pessoa afirme que águias vermelhas não existem. A primeira apenas precisa encontrar uma única águia vermelha para provar a sua afirmação. No entanto, a segunda precisa pesquisar o universo inteiro e literalmente estar em todo lugar ao mesmo tempo para garantir que não deixou de ver uma águia vermelha em algum lugar e em algum momento, o que é impossível de fazer. É por isso que os ateus intelectualmente honestos admitem que não podem provar que Deus não existe.

Em seguida, é importante compreender o problema que rodeia a gravidade das reivindicações sobre o que é verdade e a quantidade de provas necessárias para justificar determinadas conclusões. Por exemplo, se alguém colocasse dois recipientes de limonada na sua frente e dissesse que um talvez fosse mais azedo do que o outro, já que as consequências de beber o mais azedo não seriam graves, não seria necessário considerar uma grande quantidade de provas para fazer a sua escolha. No entanto, se a um copo o anfitrião tivesse adicionado adoçante e ao outro, veneno de rato, então seria bom ter bem mais provas antes de fazer a sua escolha.

Este é o lugar onde uma pessoa tem que parar e decidir entre o ateísmo e a crença em Deus. Já que a crença no ateísmo poderia resultar em consequências eternas irreparáveis, parece ser razoável que o ateu fosse obrigado a apresentar evidências de peso e derrogatórias que apoiassem a sua posição, mas ele não pode. O ateísmo simplesmente não pode apresentar evidências suficientes que corroborem a gravidade de suas acusações. Em vez disso, o ateu e aqueles a quem convence de sua posição entram na eternidade com os dedos cruzados, esperando que não encontrarão a verdade desagradável de que a eternidade realmente existe. Como Mortimer Adler diz: "Mais consequências para a vida e conduta resultam da afirmação ou negação de Deus do que de qualquer outra questão básica."

Então, será que a crença em Deus tem justificativa intelectual? Existe um argumento racional, lógico e sensato a favor da Sua existência? Absolutamente. Embora ateus como Freud aleguem que os que crêem em Deus simplesmente querem o cumprimento de um desejo, talvez Freud e seus seguidores sejam os que realmente sofrem desse mal: a esperança e o desejo de que Deus e qualquer prestação de contas não existam e, portanto, nenhum juízo. No entanto, o Deus da Bíblia é quem refuta Freud ao afirmar a Sua existência e um julgamento vindouro a todo aquele que, no fundo, sabe que Deus existe mas escolhe suprimir essa verdade (Romanos 1:20). Por outro lado, para aqueles que respondem corretamente à evidência de que um Criador realmente existe, Ele oferece o caminho da salvação proporcionado através de Seu Filho, Jesus Cristo: "Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus" (João 1:12-13).


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Fonte: GotQuestions

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

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Se Deus sabia que Satanás se rebelaria e Adão e Eva pecariam, por que Ele os criou?

Pergunta: "Se Deus sabia que Satanás se rebelaria e Adão e Eva pecariam, por que Ele os criou?"


Resposta:Esta é uma pergunta de duas partes. A primeira parte é “Deus sabia que Satanás se rebelaria e Adão e Eva pecariam?” A resposta se encontra no que a Bíblia ensina sobre o conhecimento de Deus. Sabemos pelas Escrituras que Deus é onisciente, o que literalmente significa que Ele "sabe tudo". Jó 37:16, Salmos 139:2-4, 147:5; Provérbios 5:21; Isaías 46:9-10 e 1 João 3:19-20 não deixam dúvida de que o conhecimento de Deus é infinito e que Ele sabe tudo o que aconteceu no passado, está acontecendo agora e acontecerá no futuro.

Ao olhar alguns dos superlativos nestes versículos -- "perfeito conhecimento", "todos os meus caminhos te são bem conhecidos", "sabe tudo" -- é evidente que o conhecimento de Deus não é apenas maior que o nosso, mas é infinitamente maior. Ele conhece todas as coisas em sua totalidade. Isaías 46:10 declara que Ele não só sabe tudo, mas controla tudo também. De que outra maneira poderia ele "fazer conhecido" a nós o que iria acontecer no futuro e afirmar sem qualquer equívoco que os Seus planos acontecerão? Então, Deus sabia que Adão e Eva pecariam? Ele sabia que Lúcifer iria se rebelar contra Ele e tornar-se Satanás? Sim! Claro que sim! Eles estavam fora de Seu controle a qualquer momento? Absolutamente não. Se o conhecimento de Deus não fosse perfeito, então haveria uma deficiência em Sua natureza. Qualquer deficiência na natureza de Deus significa que Ele não pode ser Deus, pois a própria essência de Deus exige a perfeição de todos os Seus atributos. Portanto, a resposta à primeira pergunta necessariamente tem que ser "sim".

Seguindo adiante à segunda parte da pergunta: "Por que Deus criou Satanás e Adão e Eva sabendo de antemão que eles pecariam?" Esta pergunta é um pouco mais complicada porque estamos pedindo um "porquê" a uma pergunta para a qual a Bíblia geralmente não dá respostas abrangentes. Apesar disso, devemos ser capazes de chegar a um entendimento limitado se examinarmos algumas passagens bíblicas. Para começar, já vimos que Deus é onisciente e que nada pode acontecer fora do seu conhecimento. Então, se Deus sabia que Satanás se rebelaria e cairia do céu e que Adão e Eva pecariam, mas mesmo assim Ele os criou, isso deve significar que a queda da humanidade foi uma parte do plano soberano de Deus desde o início. Nenhuma outra resposta faz sentido ao levarmos em consideração o que temos dito até agora.

Agora temos de ter cuidado em notar que a queda de Adão e Eva em pecado não significa que Deus é o autor do pecado, nem que Ele os tentou a pecar (Tiago 1:13). A queda serve um propósito no plano geral de Deus para a criação e humanidade. Novamente, isso deve ser o caso, ou então a queda da humanidade nunca teria acontecido.

Se considerarmos o que alguns teólogos chamam de "metanarrativa" (ou enredo global) das Escrituras, vemos que a história bíblica pode ser dividida em três seções principais: 1) paraíso (Gênesis 1-2); 2) o paraíso perdido (Gênesis 3 - Apocalipse 20) e 3) o paraíso recuperado (Apocalipse 21-22). De longe, a maior parte da narrativa é dedicada a deixar o paraíso perdido e alcançar o paraíso recuperado. A cruz está no centro da metanarrativa. A cruz foi planejada desde o início (Atos 2:23). Era conhecido e preordenado que Cristo iria para a cruz para dar a Sua vida em resgate por muitos (Mateus 20:28) -- aqueles escolhidos pela presciência de Deus e predestinados para serem o Seu povo (Efésios 1:4-5).

Ao ler as Escrituras com muito cuidado e levando em consideração o que foi dito até agora, somos levados às seguintes conclusões:

1. A rebelião de Satanás e a queda da humanidade foram conhecidas e predestinadas por Deus.
2. Aqueles que se tornariam o povo de Deus, os eleitos, foram conhecidos e predestinados por Deus.
3. A crucificação de Cristo, como uma expiação pelo povo de Deus, foi conhecida e predestinada por Deus.

Assim, ficamos com as seguintes perguntas: Por que criar a humanidade com o conhecimento da queda? Por que criar a humanidade sabendo que apenas alguns seriam "salvos"? Por que intencionalmente enviar Jesus para morrer por um povo que intencionalmente caiu em pecado? Do ponto de vista do homem, não faz sentido. Se a metanarrativa se move do paraíso, ao paraíso perdido, ao paraíso recuperado, por que não ir direto ao paraíso recuperado e evitar o período do paraíso perdido?

A única conclusão à qual podemos chegar, tendo em conta as afirmações acima, é que o propósito de Deus era criar um mundo no qual a Sua glória poderia se manifestar em toda a sua plenitude. A glória de Deus é o objetivo principal da criação. Na verdade, é o objetivo principal de tudo o que Ele faz. O universo foi criado para mostrar a glória de Deus (Salmo 19:1), e a ira de Deus se revela contra aqueles que não glorificam a Deus (Romanos 1:23). Nosso pecado nos leva a carecer da glória de Deus (Romanos 3:23) e no novo céu e nova terra, a glória de Deus é o que vai fornecer a luz (Apocalipse 21:23). A glória de Deus se manifesta quando os Seus atributos estão em exibição perfeita e a história da redenção é uma parte disso.

O melhor lugar para ver isso nas Escrituras é Romanos 9:19-24. A ira e misericórdia mostram as riquezas da glória de Deus e não se pode ter nenhuma delas sem a queda da humanidade. Portanto, todas estas ações -- queda, eleição, redenção, expiação -- servem o propósito de glorificar a Deus. Quando o homem caiu no pecado, a misericórdia de Deus foi exibida imediatamente em não matá-lo no local. A paciência e tolerância de Deus foram expostas quando a humanidade caiu mais profundamente em pecado antes do dilúvio. A justiça e ira de Deus estavam em exposição quando Ele executou julgamento durante o dilúvio, e a misericórdia e graça de Deus foram demonstradas quando Ele salvou Noé e sua família. A ira e a justiça de Deus serão reveladas no futuro quando Ele cuidar de Satanás de uma vez por todas (Apocalipse 20:7-10).

A maior exposição da glória de Deus foi na cruz, onde a Sua ira, justiça e misericórdia se reuniram. O justo julgamento de todo o pecado foi executado na cruz e a graça de Deus foi exibida ao derramar a Sua ira contra o pecado em Seu Filho, Jesus, em vez de em nós. O amor e a graça de Deus são manifestados naqueles a quem Ele salva (João 3:16, Efésios 2:8-9). No fim, Deus será glorificado quando o Seu povo escolhido O adorar por toda a eternidade com os anjos, e os ímpios também glorificarão a Deus quando a Sua justiça e retidão forem finalmente vindicadas pela punição eterna dos pecadores impenitentes (Filipenses 2:11 ). Nada disto poderia ter acontecido sem a rebelião de Satanás e a queda de Adão e Eva.

A objeção clássica a esta posição é que a presciência e predestinação de Deus a respeito da queda limitam a liberdade do homem. Em outras palavras, se Deus criou o homem com pleno conhecimento da iminente queda no pecado, como o homem pode ser responsável pelo seu pecado? A melhor resposta a esta pergunta pode ser encontrada na Confissão de Fé de Westminster capítulo III:

“Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.” (WFC, III.1)

O que isto quer dizer é que Deus ordena os eventos futuros de tal forma que a nossa própria liberdade e a função das causas secundárias (por exemplo, as leis da natureza) sejam preservadas. Os teólogos chamam isso de "concorrência". A vontade soberana de Deus flui simultaneamente com o nosso livre-arbítrio de modo que o nosso livre-arbítrio sempre resulta na realização da vontade de Deus (por "livre-arbítrio" queremos dizer que nossas escolhas não são coagidas por influências externas).


Para resumir, Deus sabia que Satanás se rebelaria e que Adão e Eva pecariam no Jardim do Éden. Com esse conhecimento, Deus ainda criou Lúcifer e Adão e Eva porque a sua criação e queda faziam parte do Seu plano soberano de manifestar a Sua glória em toda a sua plenitude. Embora a queda tenha sido conhecida e preordenada de antemão, a nossa liberdade de fazer escolhas não é violada porque as nossas escolhas livres são o meio pelo qual a vontade de Deus é realizada.


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Fonte: gotquestions

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

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VOLTEMOS AO PRIMEIRO AMOR


“Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro. Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor.
Apocalipse 2:1-4

A igreja de Éfeso tinha diversas qualidades de verdadeiros cristãos. Era uma igreja que trabalhava perseverantemente, que sofria por causa do nome de Cristo entre diversas outras qualidades, porém tinha algo contra ela: ela tinha abandonado o primeiro amor.

Muito provavelmente ela tornou-se uma igreja que simplesmente cumpria o seu papel, ia aos cultos, não fazia nada que desagradasse a Deus, muito pelo contrário, até faziam coisas agradáveis como lemos no texto acima, mas parece-me que faltava aquele ardor no coração, aquele primeiro amor, aquela vontade de estar junto, porque está no melhor lugar que poderia estar, ao lado do Pai, na casa do Pai. Parece-me que a igreja de Éfeso, simplesmente tinha entrado numa rotina e tinha perdido aquela chama de outrora.

Muitos de nós podemos estar assim neste momento. Talvez nem nos demos conta de que isso está acontecendo conosco. Que possamos refletir um pouco. Que a chama que uma vez ardeu em nossos corações possa arder como antes. Que O adoremos com as nossas vidas, com todo o prazer e com todo o fervor em nossos corações. Que antes de tudo que possamos fazer para agradar a Deus, lembremos que muito mais que nossas obras, Ele quer as nossas vidas, nosso amor, nossa paixão por Ele!

Deus abençoe

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Texto de Rhadamés Moura – Membro da UMP Guarabira

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

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18 COISAS QUE NÃO ME ARREPENDEREI DE FAZER COM MEUS FILHOS

Por Tim Challies


Como a maioria dos pais, eu tenho aqueles momentos em que culpa e arrependimento me atingem como uma onda. Eu penso, então, em como boa parte do meu tempo como pai já passou e quão pouco resta. Meu filho mais velho tem treze anos. Ele já é um adolescente, restando-lhe apenas mais um ano até o ensino médio, somente oito anos até a idade que eu tinha quando saí de casa para me casar. Minhas meninas o acompanham de perto. Quando aquela onda se levanta, quando sinto que poderia afogar-me debaixo de toda aquela tristeza, às vezes, eu considero estas coisas das quais nunca me arrependerei.

Aqui estão 18 coisas que eu sei que não me arrependerei de fazer com meus filhos.

1. Orar com eles por eles. Fico perplexo com o fato de que uma das coisas que mais me intimida é orar com meus filhos. Não estou falando de orar com toda a família antes ou depois de uma refeição, mas orar com a minha filha por minha filha ou com meu filho por meu filho. No entanto, este tipo de oração permite-lhes perceber que estou preocupado com o que lhes preocupa e permite-nos unir-se em oração por essas mesmas coisas. Eu sei que preciso priorizar isso porque nunca me arrependerei de orar com eles por eles.

2. Ler livros para eles. Quando o verão torna-se outono, quando os dias ficam mais curtos e as noites esfriam, passamos muitas das nossas noites juntos na sala de estar, enquanto eu leio livros em voz alta. Nós lemos sobre o nosso caminho por este mundo, e por muitos outros, nós lemos sobre o porvir na história e sobre dias há muito no passado; nós conhecemos heróis e vilões, e experimentamos tudo isso juntos como uma família. Eu nunca me arrependerei de ler livros para os meus filhos .

3. Dar beijos de boa noite. Os dias se alongam e eu fico tão cansado. Na hora em que as crianças vão para a cama, às vezes estou tão desgastado que a última coisa que quero fazer é vê-los na cama e dar beijos de boa noite. Mas eu sempre me alegro por fazê-lo e, muitas vezes, descubro aquele momento em que as crianças estão mais abertas, mais ansiosas para falar, e mais ansiosas para ouvir. Eu sei que nunca me arrependerei de todos aqueles beijos de boa noite.

Eu sei que nunca me arrependerei de todos aqueles beijos de boa noite.

4. Levá-los para a igreja. Há tanta alegria em estar juntos na igreja como família, adorar juntos o Senhor e juntos ouvir sobre ele em sua Palavra. Eu não levo meus filhos à igreja para que eles possam aprender boas maneiras ou serem pessoas melhores, eu os levo à igreja para que possam saber quem são, para que possam aprender sobre quem é Deus, e para que possam encontrar e experimentar a graça. Eu nunca me arrependerei de priorizar a  igreja.

5. Levá-los para tomar café da manhã. Uma tradição muito amada em nossa família é levar meus filhos para tomar café nas manhãs de sábado – um deles por semana. É uma tradição que perdi, mas voltou, perdi novamente e voltou mais uma vez. É uma tradição que vale a pena manter. A despesa de 10 ou 20 dólares e o tempo que leva nada são em comparação com o investimento em suas vidas. Eu nunca me arrependerei dos nossos cafés da manhã com o papai.

6. Deixar meus amigos serem seus amigos. Adoro quando meus filhos fazem amizade e tornam-se amigos dos meus amigos. Eu quero que meus filhos tenham amigos mais velhos e mais sábios do que eles e amigos que possam ajudá-los nas áreas em que sou fraco. Eu nunca me arrependerei de incentivar meus amigos a serem amigos deles.

7. Fazer devocionais em família. Devocional em família é uma disciplina difícil de manter, especialmente quando as crianças ficam mais velhas e têm mais lição de casa e responsabilidades. Mas, nós nos comprometemos, nos re-comprometemos e perseveramos, porque estes são momentos preciosos – apenas alguns minutos juntos para ler a Bíblia, para falar sobre o que ouvimos e para orar. Eu sei que nunca me arrependerei de um único momento buscando o Senhor juntos.

8. Discipliná-los. Eu odeio disciplinar meus filhos, eu odeio ter que discipliná-los. Contudo, estou absolutamente convencido de que se recusar a discipliná-los é recusar-se a amá-los e respeitá-los. O privilégio revogado, a conversa severa, o tempo gasto sozinho em seu quarto – essas coisas são vistas como ódio no momento, porém, percebidas como amor mais tarde. Eu nunca me arrependerei de disciplinar meus filhos com amor.

9. Fazer coisas especiais. Grande parte da vida é vivida em situações cotidianas e o amor normalmente é demonstrado no dia-a-dia. Mas também há valor no jogo à tarde, na noite de balé, as viagens com o papai. Eu nunca me arrependerei de fazer essas coisas especiais com meus filhos.

10. Pedir perdão. Eu tenho mais dificuldade em pedir desculpas aos meus filhos do que a qualquer outra pessoa. Em algum lugar lá no fundo da minha mente, eu estou convencido de que desculpar-me com eles é revelar fraqueza; mas, nos meus melhores momentos, eu sei que pedir desculpas a eles – pedir perdão quando pequei contra eles – é honrar a Deus e a eles. Eu nunca me arrependerei daquelas vezes em que já pedi perdão a eles.

11Perdoá-los. Minha grande fraqueza é um dos grandes pontos fortes dos meus filhos. Quando eles pecam, quase sempre são rápidos em buscar o meu perdão. Eu nunca me arrependerei de sincera e imediatamente conceder o perdão que eles pedem.

12. Amar a mãe deles. Eu sei que a estabilidade de uma mãe e um pai que estão firmemente comprometidos um com o outro traz estabilidade para toda a família. Eu posso amar meus filhos ao assegurar-lhes o meu amor por sua mãe por meio das minhas palavras, atos e afeição. Eu nunca me arrependerei de regularmente reafirmar o meu amor pela mãe deles.

13. Identificar a graça de Deus. Enquanto meus filhos fazem suas profissões de fé e começam a crescer em piedade , tem sido uma alegria ver a graça de Deus em suas vidas. Estou aprendendo a contar-lhes o que eu observo, a elogiá-los por isso, e apontar para Aquele que fez tudo. Eu sei que nunca me arrependerei de identificar esse tipo de graça em suas vidas.

14. Expressar afeto. Gosto de andar de mãos dadas com as minhas filhas e adoro abraçar o meu filho antes de ele ir para a escola. Esta afeição física os faz sentirem-se seguros e amados ao ensinar limites e toques apropriados e platônicos. Eu nunca me arrependerei de continuamente expressar afeto físico.

15. Planejar pequenas surpresas. Os pequenos e ocasionais presentes de quando eu volto para casa depois de uma palestra, uma rosa para minhas meninas enquanto eu compro um buquê de flores para a mamãe, o jantar no McDonalds sem qualquer motivo especial. Eu nunca me arrependerei de planejar e a executar essas pequenas surpresas especiais.

16. Dar-lhes toda a minha atenção. Eu quase sempre tenho um dispositivo eletrônico à mão e, muitas vezes, tenho dois ou três deles. É tão fácil interromper uma conversa a cada zumbido ou bip, quebrar o contato visual e perder a concentração. Eu sei que eu nunca me arrependerei de dar aos meus filhos toda a minha atenção quando eles têm algo a dizer.

17. Conduzir ao evangelho. O evangelho não é apenas uma porta de entrada para a vida cristã, mas a própria fonte de esperança e alegria na vida cristã . Precisamos voltar ao evangelho continuamente, precisamos do evangelho todos os dias. E eu nunca me arrependerei de conduzir meus filhos ao evangelho.

18. Dizer-lhes “eu te amo”. Eu amo profundamente meus filhos e posso demonstrar esse amor de cada uma das maneiras que listei acima. Mas, quando eles vão para a escola, quando eles saem com os amigos, quando me ligam do escritório, quando usamos o Skype à distância, eu nunca me arrependerei de dizer-lhes novamente: “Eu te amo”.

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Traduzido por Josaías Jr | Reforma21.org | Original aqui.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

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PALAVRÃO? @#%*!!!! COMO ASSIM?!


De vez em quando leio os murais e comentários no Facebook e não poucas vezes me deparo com murais compartilhando fotos meio-eróticas, palavrões, para não falar de comentários cheios de palavras chulas e palavrões do pior tipo. Sei que boa parte destes amigos não são crentes em Jesus Cristo. Mas estou me referindo aos que se identificam como crentes, que postam tanto declarações de fé e amor a Jesus quanto material chulo.

Os argumentos a favor do uso de palavrões pelos crentes podem parecer bons: todo mundo usa, trabalho ou estudo num ambiente de descrentes e não quero parecer um ET, não tenho nenhuma intenção maligna ou pornográfica, etc.

O problema - para os crentes que tomam a Bíblia como regra de fé e prática e como o referencial de Deus para suas vidas - é o que fazer com estas passagens:

  • "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem" (Ef 4:29).

  • "Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; 4 nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. 5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. 6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. 7 Portanto, não sejais participantes com eles" (Ef 5:3-7).

  • "Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. 35 O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. 36 Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; 37 porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mat 12:34-37).

  • "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1Cor 15:33)".

  • "Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar" (Col 3:8).

  • "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um" (Col 4:6).

  • "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento". (Filipenses 4:8).

As interpretações destes versículos podem variar entre si, mas resta pouca dúvida de que o conjunto deles traz uma mensagem uniforme: o filho de Deus é diferente do mundo, no que pensa e no que fala. A pureza e a santidade requeridas na Bíblia para os cristãos abrange não somente seus atos como também seus pensamentos e suas palavras.

Eu sei que muitos vão dizer que o problema é a definição de palavrão. Entendo. Sei que palavras que ontem arrepiavam os cabelos de quem as ouviam, hoje viraram parte do vocabulário normal. Sei também que palavras que são palavrão numa região do Brasil não são em outra. Mesmo considerando tudo isto, ainda há muitos cristãos que usam palavrões no sentido geral e normal. É só ler blogs, comentários em blogs, murais e comentários no Facebook, tuítes da parte de gente que se diz crente.

Acho que a vulgarização do vocabulário dos evangélicos é simplesmente o reflexo do que já temos dito aqui muitas outras vezes: o cristianismo brasileiro é superficial, as igrejas evangélicas estão cedendo ao relativismo da nossa sociedade. Em vez de sermos sal e luz estamos nos tornando iguais ao mundo no viver, agir, pensar e falar.

Proponho o retorno daquele corinho que aprendíamos quando éramos crianças nos departamentos infantis das igrejas históricas:

"O sabão, lava meu rostinho
Lava meu pezinho, lava minha mão.
Mas, Jesus, prá me deixar limpinho,
Quer lavar meu coração".


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Texto do Rev. Augustus Nicodemus Lopes

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

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ISAQUE E REBECA: BASE PARA VIVER JUNTOS SEM CASAR?


Alguns queridos amigos têm apelado para o episódio do encontro de Isaque com Rebeca como base para sua posição de que, na Bíblia, o casamento é a decisão de duas pessoas de se unirem diante de Deus e terem relações sexuais. Não precisa de cerimônia pública, compromisso formal, testemunhas, pais, parentes, autoridades, etc. A passagem é esta aqui:


“Isaque conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por mulher. Ele a amou; assim, foi Isaque consolado depois da morte de sua mãe” (Gen 24:67).

O argumento é que o casamento de Isaque e Rebeca foi simplesmente terem tido relações na tenda, sem nenhuma formalidade. 
Acho que mexeram com o versículo errado... como sempre, texto fora do contexto é pretexto. É só ler o capítulo 24 de Gênesis todo para se perceber que na verdade, quando Isaque e Rebeca se encontraram e foram para a tenda, eles já eram casados.

Explico.

Abraão manda seu servo ir até a casa de seus parentes na Mesopotâmia para de lá “tomar uma esposa” para seu filho Isaque (Gn 24.4). Para isto, ajuramentou o servo, que foi como seu representante, ou procurador (Gn 24.2-4 e 8-9). Naquela época os casamentos eram geralmente arranjados pelos pais e por vezes se usava a figura de um representante legal. Aliás, até hoje, é possível casar por procuração.

O servo-procurador foi, orando para que Deus mostrasse quem seria a esposa para Isaque (Gn 24.12-14). Quando ficou claro que era Rebeca, o servo-procurador lhe entregou presentes, que já apontavam para um pedido oficial de casamento (como alianças de noivado, por exemplo), e pediu para conhecer a família dela (Gn 24.22-26). 

A família era composta da mãe e do irmão Labão, que era o patriarca da família (o pai havia morrido), o que naquela época significava aquele que fazia o papel do líder religioso e civil. É só verificar o episódio mais adiante, em que ela casa as suas duas filhas, Lia e Raquel, com Jacó (Gn 29).

Voltando ao relato... Diante da mãe e do irmão de Rebeca, o servo-procurador fez a proposta de casamento, repetindo a missão que lhe fora dada: achar uma esposa para Isaque (Gn 24.28-49). Houve a permissão da mãe e do irmão (Gn 24.50-51) e em seguida perguntaram a Rebeca: “queres ir com este homem?”, ao que ela respondeu “irei” (Gn 24.57-58) – algo bastante parecido com “você aceita este homem como seu legítimo esposo?” – “sim, aceito”. E não faltou nem bênção: Labão, como patriarca da família, abençoou Rebeca na saída (Gn 24.60 – a frase “és nossa irmã” sugere que foi Labão quem deu esta bênção).

Mais casados do que isto, impossível.

Portanto, quando depois da longa viagem Rebeca encontra Isaque, e o servo-procurador relata tudo o que aconteceu (Gn 24.61-66), quem Isaque leva para a tenda para ter relações sexuais é sua legítima esposa, e não uma jovem que ele havia encontrado vagando pelo campo.

Portanto, o episódio Isaque-Rebeca é, na verdade, mais uma evidência de que o casamento em Israel não era simplesmente ir para uma tenda ter relações.


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Texto do Rev. Augustus Nicodemus Lopes

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

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Tô perdendo a vida. Tô gastando o corpo. Tô doando o sangue

marco telles
Sempre agradecemos a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vocês, pois temos ouvido falar da fé que vocês têm em Cristo Jesus e do amor por todos os santos, por causa da esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho que chegou até vocês. Colossenses 1:3-5

Por Marco Telles

Não sei como você é, mas eis um pouco de mim pra vocês que não me conhecem (as vezes nem mesmo eu sei quem sou) mas eis algo que já entendi sobre mim (com a ajuda de minha preciosa esposa): Eu só faço aquilo que quero fazer. Não adianta me pressionar, tentar me convencer, ou me empurrar. Meu coração se apaixona e eu simplesmente salto das maiores alturas por causa de um desejo. Não faço aquilo que não estou apaixonado por fazer. Se faço algo é por que estou queimando de vontade de fazer isso. Isso pode ser perigoso. Meu coração é enganoso e por vezes me empurrou à coisas que feriram a Santidade de meu precioso Deus. Por outro lado, sou grato a Deus por me fazer desta forma. Isso me torna ousado, persistente e obstinado. O que isso tem haver com o texto? Meus irmãos, a graça de Deus me alcançou ainda muito novo. Aos 14 anos de idade eu já chorava de amor pelas escrituras. Eu tenho mais lembranças de estar abraçado com minha bíblia clamando para ser curado por ela, ensinado por ela e movido por ela do que lembranças de ter jogado algum vídeo game ou de jogar bola. Eu frequentei mais cultos e momentos de profunda adoração do que cinemas ou festas de 15 anos. Por sua Graça tenho crescido dentro dos limites preciosos do cristianismo. De modo que se eu pudesse tirar do meu passado toda relação com Cristo e seu evangelho, não sobrariam mais que poucas lembranças, fracos episódios e cenas minguadas de um passado sem sentido.

Neste texto de Paulo aos irmãos de Colossos ele afirma dar graças a Deus aos irmãos daquela região por sua FÉ e por causa do AMOR que eles alimentavam por todos os santos. O motivo supremo da alegria estava focado no fato de que os irmãos possuíam fé em Cristo Jesus, e por que demonstravam profundo amor aos santos da igreja. Hoje estamos vivendo dias de tanto entretenimento que não se encontra mais cristãos que possuam alguma FÉ. Se questionados acerca de sua fé, a maioria dos cristãos proporcionaria para Paulo profundo desgosto e jamais alegria ou razão para erguer louvores. Me dói tanto ver tanta gente e tão pouca fé. Tanta tecnologia nos locais de reunião dos santos, mas um assustador esvaziamento de FÉ no precioso Cristo Jesus e em seu poderoso evangelho. Tenho deixado que minha juventude se gaste para despertar em alguns Fé no Filho de Deus. Tenho me permitido perder a voz vez após vez com a expectativa de perceber algumas lágrimas arrependidas rolarem diante da cena do calvário, ou mesmo alguns fracos e trêmulos braços apertando suas bíblias contra seu peito com carinho. Desculpem meu desabafo, mas as vezes todo esforço e todos os gritos que ecoam do meu frágil e limitado corpo parecem alcançar tão pouco. 

Sei que o alcance e obra é de restrita submissão à vontade de Deus e de seu Espirito. É com eles, não comigo. Mas não posso deixar de comentar a tristeza que sinto por ser contado em uma geração de luzes e brilho. Vaidades e superficialidades. Por vezes desejei nascer em uma geração cinza porém verdadeira. 

Uma geração não tecnológica, porém corajosa e ousada o suficiente para olhar para si mesma. Paulo deixa claro que a FÉ e o amor dos irmãos florescera no meio dos Colossos por causa da “esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho que chegou até vocês”. Não há FÉ em Cristo. Nem amor pelos preciosos santos. Preferimos as celebridades e as figuras carnais do que admirar um homem anônimo porém piedoso. Preferimos manter nossos olhos seguindo passo a passo os pés de algum almofadinha irritantemente superficial do que observar o comportamento de santos responsáveis, humildes e amorosos com atenção. Meu Deus! Eu só posso ter nascido no tempo errado. A gente quer imitar o falso e despreza o verdadeiro. A gente quer ser igual aos ímpios e desprezamos a semelhança do santo piedoso. A gente quer mudar a cor do cabelo, a gente quer roupas que diminuam a realidade de nossa “feiura”. A gente se maquia pra tapar nossas “imperfeições” faciais (que na verdade são orgulho pois contam de onde viemos e o que já padecemos). Não há Fé, nem amor aos Santos porque não há ESPERANÇA NO TESOURO ETERNO RESERVADO NOS CÉUS. 

Uma vida focada no que é efêmero, passageiro e absolutamente sem valor eterno. Uma vida de absoluto desprezo do invisível e do eterno.

Não há esperança no porvir, porque o evangelho não chegou ate os nossos corações. Devemos ser bastante sinceros agora e confessar que o GOSPEL chegou ate nós. O glamour chegou ate nós. A religião com toda a sua podridão chegou ate nós. Mas Cristo e o seu evangelho não. Pelo menos não na “massa”. De fato Ele não esta parado. Seu evangelho não esta preso. Ele floresce sim ainda hoje. Mas não no meio do povão. Antes, ele é visto como uma pérola de muito valor enterrada quase que por completo no meio de um lamaçal terrível. Dói. Ver o evangelho de Cristo ser “confundido” com esta porcaria que a TV, as rádios e os artistas gospel insistem em nos apresentar, dói pra caramba.

Separei esse texto de Paulo pra lhe fazer refletir uma coisa: Será que olhando para o quadro geral do mundo cristão no Brasil hoje, Paulo poderia escrever: “Dou graças a Deus por saber de vossa fé... de vosso amor pelos santos (e desprezo pela impiedade)... de vê-los cheios de expectativas pelo porvir... por causa que o VERDADEIRO Evangelho chegou ate vocês.” ??? Será que essa gratidão poderia se relacionar com nosso Brasil? Avivamento um caramba! O evangelho esta ganhando o Brasil e a mídia esta se rendendo a ele, besteira!! Seja sincero. Seja verdadeiro. Esse texto nasceu quando percebi que meu coração se apaixonou pelo evangelho de Cristo. Faz muitos anos que queimo por causa de Cristo. Choro por causa de sua história cativante. Nada mudou. Eu tô nessa. Tô perdendo a vida. Tô gastando o corpo. Tô doando o sangue. As vezes quis correr da batalha. Me pergunto se vale a pena em certos momentos. Mas pra mim é “game-over”. Ele me quis e pronto.

Se você leu esse texto todo, peço a Deus que lhe conceda a graça de compreender o que estou clamando (mesmo estando absolutamente confuso acerca de qual é exatamente o proposito em me abrir dessa forma). Tenha Fé. Ame os santos. Concentre-se no porvir. Anuncie o Evangelho. Deus te abençoe.

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O texto é de Marco Telles, ministro do Senhor que lidera a Comunidade CRER- Comunidade Reformada do Evangelho do Reino, assim como seu ministério de louvor e adoração através da música. Conhecer o Marco Telles foi uma dádiva de Deus para mim. E ler este texto foi como ouvi-lo pregar no púlpito, se dilacerando na presença do Pai e gritado para os seus ouvintes sobre as coisas invisíveis, de valor eterno e suficientes para todos nós!

Então Marco, pra mim também é "Game-over"!

Cristo em nós, a esperança da Glória! Leia ainda [O BARULHO DO ROCK E O GRITO DE MARCO TELLES]